5 de abril de 2016

CRÍTICA - DEADPOOL: O FILME



Após o fracasso da Fox com filme de super herói ano passado, o Quarteto Fantástico, ficou difícil imaginar que eles se arriscariam em uma franquia diferente de heróis se não os X-Men que já são um sucesso garantido. Se não fosse pela insistência de Ryan Reynolds, o diretor Tim Miller mais os dois roteiristas, o filme não teria saído do papel. Fora o curta "vazado" que foi o motivo final para que o estúdio liberasse a produção do filme, por que os fãs ficaram extremamente empolgados com aquele vídeo e não descansaram um dia até que o longa fosse aprovado. 

Agora em 2016, após mais de dez anos de produção e persistência, Deadpool foi finalmente lançado e você confere aqui a nossa crítica (SEM SPOILERS).

O filme conta a história de Wade Wilson (Ryan Reinolds), um mercenário que levava sua vida de trabalhos sujos e o relacionamento com a namorada Vanessa (Morena Baccarin) de uma forma tranquila até que ele é diagnosticado com canceres, sim mais de um, pelo corpo todo. Desolado, com pouco tempo de vida e sem saber o que fazer ele aceita a proposta de um homem desconhecido que lhe oferece a cura para os seus problemas de saúde. Então abandona tudo e todos para obter a tal cura, porém, não sabia que o processo envolvia mutação e torturas diárias dos mais variados tipos. Apesar de tudo, Wade é curado, mas acaba recebendo outras "melhorias", como o fator de cura parecido com o do Wolverine, regeneração e uma total deformação na pele ficando com uma aparência horrível. A partir daí começa sua jornada atrás do homem que lhe deixou assim para que ele volte a ter sua antiga aparência. E o filme se desenvolve em cima disso até o fim.


Deadpool é um filme simples, sem muitas ambições ou efeitos especiais como outros filmes de super heróis que já vimos como Vingadores ou os X-Men, isso se deve pelo baixo orçamento investido, quase 60 milhões de dólares, mas diferente destes outros, esse em especial se preocupa com a comédia que é o seu carro chefe. Proibido para maiores de dezoito anos nos EUA e para menores de 16 no Brasil, o filme não poupa palavrões, xingamentos, baixaria e a violência, que não é tão explorada assim. Nos trailers aparecem diversas cenas de luta e muito sangue, o que deu a entender que o filme seria repleto delas, o que não acontece, tem uma ou outra que são excelentes como a cena da ponte no inicio e mais para o fim, porém também não fazem falta dado o momento em que o mais interessante é o mercenário interagindo com os outros personagens, com diálogos rápidos, cheios de piadas e referências. Nada escapa de ser "zuado" por Deadpool, desde o ator que o interpreta até o estúdio que produziu o filme, falando justamente do pouco dinheiro investido.


Assim como todo filme de herói, existem as referências. E são muitas, a todo momento algo é falado ou aparece na tela, são de todos os tipos e para todos os públicos. Poucas requerem um breve conhecimento sobre determinado assunto, mas no geral, é fácil entender todas e se divertir com o filme. As atuações são decentes, todos combinam com o seu papel e o exercem muito bem, até a capanga (Gina Carano), brutamontes, do vilão faz um bom trabalho. O destaque realmente é Ryan Reynolds que nasceu para interpretar o Deadpool. Ele é fã do personagem nos quadrinhos, o que ajudou a entrar no espirito e trazer uma interpretação fiel do anti herói para as telas.

A direção é pontual, o tempo em que as coisas acontecem são muito claras e a ação é prazerosa de assistir por que não há cortes consecutivos e rápidos. Mesmo sendo poucas, são cenas com uma continuidade, o que as deixam fáceis de entender. Dá para ver muito bem o quão acrobático Deadpool é. Não há muitos efeitos especiais, mas quando há uma cena com CGI, ela é bem feita. A história é um clichê clássico de origem mais resgate da mocinha, sem nenhuma preocupação de ser diferente e o filme em nenhum momento esconde isso, fazendo até piada sobre. Você não se importa com a trama, apenas quer ver mais cenas com o mercenário tagarela e dar risadas dos seus comentários e piadas baixas.

E são exatamente as piadas e o humor que te fazem querer ver Deadpool até o fim. O filme tem pouca ação se comparar ao que foi apresentado nos trailers, mas as cenas que aparecem são muito boas e não são gratuitas, exceto o final que foi grandioso e exagerado demais para a proporção dos acontecimentos apresentados antes. Uma boa direção, bom tempo de piadas, violência na medida, a excelente atuação de Ryan Reynolds, mas um roteiro clichê que não empolga. Se fosse para menores de treze anos, provavelmente seria mais um fracasso da Fox, mas apostar em um filme para maiores de dezoito deu liberdade aos envolvidos no filme para explorar o lado mais sujo e pervertido do personagem trazendo umas das, se não a melhor, representação de uma revista em quadrinhos no cinema.

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