1 de abril de 2016

CRÍTICA - BATMAN VS SUPERMAN: A ORIGEM DA JUSTIÇA



Em 2013 o mundo era apresentado ao inicio do universo cinematográfico da Warner/DC nos cinemas com Homem de Aço. Um Filme controverso onde muitos amaram e muitos outros odiaram. O longa não fez uma bilheteria bilionária, mas foi bem o suficiente para garantir uma sequência de filmes para dar continuidade as histórias dos super heróis da DC Comics nas telas. Três anos depois e muito planejamento, finalmente este filme foi lançado e, assim como Homem de Aço, o filme está dividindo opiniões entre críticos e fãs.

E você confere agora a nossa análise (SEM SPOILER) desse embate entre o morcego de Gotham contra o filho de Krypton!


Batman versus Superman: A Origem da Justiça conta a história do confronto entre esses dois colossos dos quadrinhos. O filme começa com uma introdução do Bruce Wayne, relembrando da trágica morte de seus pais até o momento quado o jovem Bruce cai na caverna da sua mansão. De repente um salto no tempo e volta ao personagem já mais velho, com quarenta anos e vinte como Batman. Dada a introdução, o filme refaz o final do Homem de Aço da visão do Bruce, onde o Superman briga com o General Zod destruindo grande parte da cidade de Metrópolis e no meio dessa destruição uma das torres Wayne, fora as centenas de pessoas mortas, deixando claro que esse é o motivo do por que o Batman quer enfrentar o Superman. Daí em diante o filme se desenrola na evolução desse embate com toda a manipulação de Lex Luthor, que é quem "cria" o Doomsday (Apocalipse), até o clímax, onde os heróis se unem para combater o vilão monstruoso.

Como dito antes, esse é mais um filme controverso do universo da DC nos cinemas. O Homem de Aço foi a mesma coisa, porém, como se tratava de um filme com menos empolgação dos fãs e até do público geral mesmo, além do fato dele não ser um filme bom tecnicamente, cheio de furos, efeitos especiais excessivos e um roteiro bem fraco, as pessoas que assistiram o longa não o crustificaram como pior filme de super heróis. Sim o filme dividiu as criticas, mas se comparar a Batman vs Superman não é nada. O segundo trabalho do diretor Zack Snyder com esse universo é um divisor de opiniões ainda maior, tanto da crítica especializada como dos fãs.


São duas horas de muita enrolação, o filme começa bem lento, quase parando. No primeiro ato as idéias apresentadas são muito boas, porém a sua execução é confusa e parece que no corte final removeram muitas cenas dando uma certa descontinuidade no desenvolvimento. Um bom exemplo é a cena em que Lois (Amy Adams) está no deserto supostamente entrevistando um terrorista. Nesse momento as coisas acontecem tão rápido que se piscar o olho você perde um pedaço do que esta se pasando. Até o próprio diretor disse em declaração que esta cena em especifico vai ser maior no Blu-Ray. Que por sinal irá ter uma versão com trinta minutos a mais de duração, deixando claro que muita coisa ficou de fora e o filme foi para o cinema "picado". 

Apesar de contar de novo uma história que todos sabemos, o desenvolvimento do Bruce Wayne, interpretado pelo ator Ben Affleck, é muito boa. Dá para sentir empatia pelo personagem, você quer ver mais ele em cena. Sua interação com seu mordomo, Alfred (Jeremy Irons), aparentemente engenheiro também, é muito fluída e natural, porém não foi muito explorada. A atuação do Ben Affleck é segura, nenhuma maravilha de interpretação, mas longe de ser ruim como muitos achavam que seria. Foi um Batman descente e cumpriu o seu papel de forma perfeita sem deixar espaços para comparações com o Batman de Nolan, por que apresentou uma nova visão do Cavalheiro das Trevas. Já o Superman, que é vivido por Henry Cavill, não apresenta nada de novo além do seu uniforme. O problema dele é que falta talento na sua atuação. Henry tem a cara e o corpo de um Superman, é perfeito fisicamente para o papel, entretanto ele apresenta somente uma expressão que é franzir as sobrancelhas, não importa a intensidade da cena, seja de raiva, tristeza, duvida, dor, ele vai fazer a mesma "cara". A ideia do Kryptoniano se esconder entre as pessoas como jornalista não é passada nesse filme, mesmo como Clark Kent ele continua imponente, de ombro largo, peito estufado e nem se esforça para mudar o sua expressão ou o jeito de falar. Coloca o óculos e consegue enganar todo mundo com seu "disfarce", até o Batman. 


Se o Batman contra o Superman já não fosse uma história boa o suficiente, eles ainda enfiaram a Mulher Maravilha na trama e coitada. O desenvolvimento da personagem é zero, ela só faz um mínimo de sentido no final do filme na batalha contra o Apocalipse. A personagem foi interpretada pela atriz Gal Gadot, que muitos foram contra também quando foi relacionada para o papel por causa de seu corpo magro o que é um contraste com a Amazona das revistas, mas isso não importa, no pouco que ela aparece já impõe respeito e na hora da briga deixa claro que não é nada fraca. Não dá pra dizer muito sobre a sua interpretação por que ela só faz uma ponta no filme, ponta essa que é totalmente desnecessária. Usaram um bom personagem meio que de qualquer forma. Outro apresentado também é o Alexander Luthor Junior, sim, não é o vilão conhecido das revistas, é o seu filho. Jesse Eisenberg dá vida ao filho de um dos maiores vilões do universo da DC de um jeito vergonhoso. O personagem é visivelmente louco, não consegue completar algumas frases, fala fino e em nenhum momento transmite ameaça em suas falas. No roteiro devia estar escrito que ele interpretaria o novo Coringa ou o Charada, por que é o que parece. De maneira alguma ele é o vilão como o dos quadrinhos, é uma releitura totalmente nova e arriscada do personagem, que poderia muito bem ser mais contida, afinal o Coringa de verdade ainda vai dar as caras no filme do Esquadrão Suicida.

O roteiro é simples e preguiçoso. As motivações dos personagens para que ocorra a briga do titulo é muito superficial, não há emoção ou um desenvolvimento que faça você querer que chegue logo esse momento, ele simplesmente acontece do nada e acaba do mesmo jeito, do nada, sem mais nem menos. Vale somente pelas cenas de ação, por que a história é lenta e desinteressante no início. O filme também faz muitas menções aos próximos que estão por vir e até mesmo do universo da DC, o que não é ruim, mas para um filme que não foi feito só para fãs de quadrinhos que já conhecem aquele mundo, fazer referências do vilão supremo da Liga o Darkseid não faz sentido algum, já que é o primeiro filme onde esse universo é apresentado e ninguém o conhece direito como os leitores das revistas. Há uma perca tempo explicando o que está por vir ainda nos próximos capítulos e para isso o roteiro para a história do filme para apresentar o restante da Liga da Justiça, o que, assim como a Mulher Maravilha, podia muito bem não ter aparecido no filme ou ser apenas uma cena pós créditos. E nada convence o Lex saber a identidade de todos os super heróis, ter montado um arquivo onde já tem todos os logos deles e o Batman, que era suposto ser o maior detetive de todos os tempos,  não saber de nada, nem que o nome da mãe do Superman é Martha igual o da sua. Mas aparentemente a Lois é muito mais esperta do que o Morcego, já que ela descobriu sozinha quem era o Superman em Homem de Aço, coisa que o Batman não foi capaz nesse filme. E Falando em Lois, eles ainda insistem de colocar ela em todos os momentos do filme. Ela tem um papel importante em certos acontecimentos, mas chega a ser absurdo o numero de vezes que ela está envolvida, de forma desnecessária, na trama.

Batman vs Superman é um filme cheio de erros de direção no que diz respeito ao corte e excessos de roteiro com muitas coisas que não são importantes e ao menos influenciam a trama principal. Interpretações boas e convincentes levam uma história arrastada até que a ação começa e nesses momentos o filme acerta e muito. É lindo ver que o diretor evoluiu em seu método de gravar batalhas desde o Homem de Aço de 2013, onde é uma destruição desenfreada e sem propósito. São cenas plasticas, fluídas e com uma fotografia bem única. Muito diferente dos outros filmes de heróis. A trilha sonora é excelente, Hans Zimmer e Junkie XL, eles dão o tom como se fosse uma grande ópera escura e sombria que é também a cor do predominante no filme, é sempre noite na maioria das cenas. Sem piadas ou momentos engraçados, é um filme sério, que não foi feito para crianças. Vale muito a pena assistir para saber o que está por vir, a DC tem um universo promissor e empolgante pela frente, como um filme único falha em diversos pontos, mas é um deleite para os fãs de quadrinhos ver a trindade da justiça lutando juntos.



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