4 de abril de 2015

ANÁLISE - VINGADORES VS X-MEN



Capa: edição #1
Além de seus personagens icônicos no mundo dos quadrinhos e histórias incríveis, a Marvel é conhecida pelos seus enredos onde envolvem todo o seu universo, são as “mega-sagas”. Diferente da DC Comics que investe mais em sagas únicas focadas em seus personagens de uma forma individual, a casa das ideias investe, e investe pesado, em juntar todos os seus heróis em um grande evento. Foi assim com uma das melhores, senão a melhor, saga já feita nas historias em quadrinhos, a Guerra Civil, mas isso é para outra hora. O assunto é um pouco mais recente e se trata da saga: Vingadores vs. X-men.




Você não leu errado. São os dois maiores grupos de super-heróis da Marvel lutando uns contra os outros, parece loucura, mas isso não é por acaso e o motivo disso é (de novo) a Força Fênix, que mais uma vez está para retornar a Terra e causar o caos. Nada de novidade. O começo da história se dá quando Cable volta do futuro com o objetivo de acabar com os Vingadores que, para ele, seriam uma ameaça a sua filha adotiva a mutante Esperança; e como ela é considerada a “Messias” dos mutantes (que estão em extinção após eventos anteriores envolvendo a Feiticeira Escarlate), ela tem a sua importância para os mutantes restantes, porém, nem Vingadores e muito menos os X-men tinham conhecimento de que a Força Fênix estava a caminho e muito pior, atrás de um hospedeiro que seria justamente a Esperança. Logo após terem ciência da importância da garota, os Vingadores vão em busca dela para impedir que a Fênix a possua e no meio disso recebem o aviso do Nova (da tropa estelar), que é jogado, literalmente, no Planeta Terra pela Fênix. Ele avisa que já é tarde para formar planos por que a Fênix já está perto.


Resumi em um paragrafo 132 páginas de enrolação, que é isso o que o prologo da saga oferece (edição 0), mas compreendo que era necessário dar um motivo ou o “empurrão” para que os eventos posteriores tivessem sentido. Tirando o inicio que é bem lento e com muitas citações ao passado dos heróis, o resto do enredo é bem corrido. São mais sete edições que contam o desenvolvimento da história; história essa que é bem clichê e sem muitas novidades, chegando ao ponto em que você se pergunta: “porquê diabos esses dois estão lutando?”. Isso acontece com certa frequência dado o foco da saga e é aqui onde queria chegar.


Se você espera um grande enredo com reviravoltas incríveis de explodir a cabeça, com diálogos complexos e inteligentes sem entregar o significado dos fatos de bandeja e construção de personagens, essa não é pra você e isso fica claro na primeira edição da saga que (de maneira descontraída, como se os fãs fizessem perguntas e a própria Marvel respondesse) já deixa claro que o foco é a “porrada” entre seres super poderosos e nada mais, e que a chegada da Fênix pra Terra é só um pretexto para isso acontecer.


O roteiro não é rico e não se preocupa em desenvolver personagens ou desenvolver qualquer outra coisa, o objetivo mesmo são as “tretas” que são excelentes, por exemplo, o Homem de Ferro contra o Magneto ou o Coisa contra o Namor. Injusto? De maneira alguma, pois são lutas improváveis e por isso elas acabam te surpreendendo. A arte é comum, sem nenhum diferencial, é basicamente o padrão Marvel de desenho e cores. Se for pra destacar algo que é sempre bem feito nas artes da casa das ideias nos últimos tempos são as expressões faciais que em certos momentos te faz sentir a dor do herói. E claro que não posso deixar de falar da obsessão dos artistas em fazer todos os homens “rasgados” de tantos músculos e as mulheres com um apelo sexual muito forte, até por que não sei se o Visão (um Android criado pelo Ultron) precisa ser “bombado”.



Enfim, não é uma saga cabeça e que põe o leitor para pensar, é algo muito mais descontraído e com o objetivo de divertir. E tirando o prologo, a saga diverte do começo ao fim. Lembrando que não é necessário ler as suas extensões para saber tudo o que se passa na história principal, afinal, o enredo não é profundo de forma que precise saber o que se passa em outras revistas para entender o que está acontecendo. O que dá gosto de ler essa revista é ver mais de trinta heróis juntos numa só pagina, porem eles não interagem muito entre si, tornando as lutas o momento onde os melhores diálogos acontecem. 

Vingadores vs X-men é uma boa pedida para quem não tem muita paciência de ler dezenas de paginas de diálogos e não se importa tanto assim com a história. Agora, pra quem gosta mesmo de ação e pancadaria essa é a revista certa, com lutas incríveis e uma arte violenta, V. vs X., serve mais como um UFC de super heróis do que qualquer outra coisa.

Publicada nos Estados Unidos em 2012 de abril a outubro, a saga foi um sucesso e desbancou a concorrente DC Comics por muitos meses. Aqui no Brasil foi publicada pela Panini Comics em 2013 entre março e setembro e ainda é possível encontrar seus exemplares em lojas de quadrinhos já que o sucesso em terras tupiniquins não foi tão grande como lá fora.



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