19 de dezembro de 2016

ROGUE ONE: UMA HISTÓRIA STAR WARS



Em uma galáxia muito, muito distante, após a LucasFilm ser comprada pela Disney, foram prometidos filmes da franquia Star Wars todos os anos. Começando com um episódio novo (VII: O Despertar da Força) e intercalando com filmes independentes do arco principal, mas situados no universo. É o caso de Rogue One e o filme solo do Han Solo que será lançado em 2018 após o episódio VIII (oito). Nessa primeira História Star Wars, como serão chamados esses longas, é narrada a jornada dos rebeldes em busca dos planos da Estrela da Morte e  que você confere a crítica agora (SEM spoilers).


A protagonista dessa história é, assim como em o Despertar da Força, uma mulher forte. Conhecemos Jyn Erso (Felicity Jones) que se vê no meio dos dilemas de seu pai que trabalhava para o Império como um dos principais engenheiros e que por descordar das ações extremas, como a construção da Estrela da Morte, decide fugir e se esconder em um planeta remoto vivendo de agricultura. Uma vida pacata e calma para sua família e longe da guerra que estava por vir, essa era a intenção de Galen Erso (Mads Mikkelsen). Tudo corria bem, até que o projeto da arma suprema paralisou e apenas um cientista era capaz de dar continuidade, sabendo disso, um dos comandantes do Império e responsável pela arma de destruição em massa, Orson Krennic, interpretado por Ben Mendelsohn, vai atrás de Galen para forçá-lo a concluir o projeto. É neste ponto que o filme começa. Para proteger sua filha, pois sabia que ia ser levado de qualquer maneira, Galen a deixa para trás sob os cuidados de Saw Garrera (Forest Whitaker).

Sim, o Lord Vader está no filme!

O roteiro é simples e não tenta ser ousado. A história como um todo se desenvolve muito bem, você compra a ideia do filme e fica com vontade de entrar no campo de batalha junto aos personagens, pois o escritor consegue convencer que a causa  da Aliança é a correta a ser seguida. Dividindo em atos, o filme tem uma primeira parte lenta que é compreensível pelo fato de ter que apresentar conceitos e personagens novos. O segundo ato continua te apresentando personagens, mas avança no real objetivo e começa a ganhar um ritmo mais parecido com o final. Por fim, no terceiro ato é onde tudo se resolve, parece até que o filme dá uma corrida para concluir logo, mas pode ser por causa da adrenalina da ação. 

Rogue One foi dirigido por um verdadeiro fã da saga, Gareth Edwards. É nítido o carinho e apreço que ele teve pelo filme, desde a seleção dos atores, os figurinos, cenários, tudo está ali e ninguém pode dizer que não é Star Wars. Por se tratar de um filme entre os episódios três e quatro, ele foi muito feliz em conseguir mesclar um pouco da estética das duas trilogias. Com frames que mais parecem quadros de arte que te enchem os olhos no cinema e a ação bem dirigida, não é tremida e é fácil de saber o que está acontecendo, mesmo a noite. O filme passou por algumas refilmagens antes de sua estréia, o que é normal em Hollywood, mas foi bem montado no final das contas, apenas em pequenos momentos é perceptível um corte desconjunto, nada que tire a grandeza do filme.


É um roteiro sobre invasão e roubo, tem suas particularidades, mas segue todos os clichês de filmes do tipo. Há um personagem que inspira todos a sua volta a se juntarem a sua causa formando, assim, um time cheio de diversidade e menos provável possível e cada um com sua função e suas diferenças para no final todos ficarem "amigos". Isso não é um ponto negativo, mas torna o filme previsível demais, praticamente não há surpresa ou algo que te pegue desprevenido. Se por um lado o filme não impressiona com o roteiro, a parte visual é impecável. A escala das naves, dos AT AT's na terra e o que falar da Estrela da Morte. Quando a vimos pela primeira vez na primeira trilogia lançada, já era assustadora, mas com esse filme o nível do poder de opressão que ela passa é elevado a um novo patamar. Os planetas apresentados, cada um com suas características, um mais bonito que o outro. O que deixa a desejar é a trilha sonora, nada marcante e quando parece que vai empolgar e fazer você pular da cadeira, fica fraca e perde todo ritmo.

Os outros personagens que fazem parte desse grupo chamado Rogue 1 (daí o nome do filme) são desenvolvidos da forma mais simples possível, pra não dizer que não são nada desenvolvidos. Você se apega a eles pelo que eles fazem no filme. Como todos sabem, este longa não conta com a presença dos Jedi, o que não fez falta alguma, porque cada um desses personagens tem uma "habilidade" que te cativa facilmente. Desde o Chirrut (Donnie Yen), um cego seguidor da força e que luta melhor do que muitos que enxergam até um simples piloto que desertou o Império para se juntar a Aliança e ajudar na captura dos planos da Estrela da Morte. Entre eles não há muito humor, na verdade o filme não conta com muitos momentos engraçados. É sempre sério e com um tom de perigo eminente, mas é possível rir por causa do novo droid apresentado, o K-2SO (Alan Tudyk), que serviu como alívio cômico do filme. Como não há desenvolvimento entre os personagens e suas relações, não há muito apego a eles e até mesmo com a protagonista, porém, como dito antes, pela facilidade em acreditar na causa deles e "comprar" suas ideias, você acaba familiarizado com cada um e no fim até se importando um pouco. 

Mesmo sabendo o desfecho do filme por se tratar de uma história que já aconteceu no universo Star Wars, Rogue One é de encher os olhos e uma obrigação paras os fãs, nostalgia seria um bom segundo nome para ele. Traz todo o sentimento da antiga trilogia de volta com referências, visual, personagens, enfim, é um deleite para quem cresceu com essa saga. Uma verdadeira obra de arte visual, porque a trilha deixa a desejar. Não é um filme perfeito, porém, mais acerta do que erra e seus acertos são tantos que podemos deixar de lado os deslizes, pois não tiram sua experiência. Não vá esperando um filme como os episódios são, é um filme que vai te mostrar que Star Wars pode ir além da saga dos Skywalker e fazer isso muito bem.

Um belo wallpaper para o celular

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